Loran - Caprince AU📌

De vez em quando olhava para Damen de longe e seus olhos se encontravam, mas logo focava para Ancel, não sabia o que pensar então decidia não pensar. Bebeu mais 1 shot de tequila para quebrar a sobriedade que já estava ameaçando dar as caras. Estava solto e leve na pista mesmo com a multidão. O fluxo de gente estava aumentando, o que fazia todos se apertarem mais, nessas que sentiu um corpo atrás do seu que seguia o mesmo ritmo, seus corpos se moviam em uma sincronia quase que ensaiada enquanto se apertavam cada vez mais. A música torava e os dois curtiam juntos como se ninguém mais existisse. Quando a pessoa de trás se encaixou em suas costas seu corpo estremeceu, mas não se importou. Em vez disso, colocou a mão acima da cabeça até o pescoço do outro atrás de si como sinal para que continuasse, foi retribuído com uma pegada firme nos quadris.

Quando resolveu se virar, não se surpreendeu em ver o rosto de Damen com os olhos semiabertos, em êxtase. Esperava encontrá-lo de novo mas dessa vez estava cansado de negar o que sentia. Nem tudo são sentimentos complexos, se o que sentia era tesão então iria nomeá-lo assim. Agarrou a nuca de Damianos e o beijou com sede, estava se reprimindo por tanto tempo que nem se importou de estarem sendo vistos. — Vem, eu te levo pra um lugar melhor. – propôs Damen. Laurent assentiu enquanto o seguia para um dos quartos vazios.

28.

Laurent não sabia exatamente o que fazer agora. Sua garrafa que o barman o dera estava no telhado, e ele estava sem condições de subir lá de novo. Restou encontrar seus amigos. Vannes estava próxima ali, conversando com uma garota ruiva. Suas maquiagens estavam borradas, provavelmente já haviam se pegado e ainda estavam flertando. Essa sempre foi sua parte preferida, por isso não quis interrompê-la. Ancel estava virando um shot inteiro enquanto dançava e beijava Berenger com o som no talo. Auguste estava jogando algum jogo de bebida com o time, parecia estar se divertindo. Laurent sentiu uma pontada, estranhou estar tão sozinho. Culparia a bebida por isso, mas se sentia carente. Sua pequena vingança contra Damen nem fazia mais sentido a essa altura.

Foi até a pista e procurou Damen. Ele estava dançando com aquela garota e mais algumas outras. — Pelo visto está se divertindo, não é mesmo? – murmurou. Decidiu ir até Ancel, que rebolava para algum desconhecido, completamente fora de si. Ele o viu e deu um sorriso desfocado, chapado demais. — Laurie! – sua voz soava mais melódica do que o normal. – finalmente quis dançar comigo? Já estava ficando magoado, sabia? — Sei, sei. Você tá bem? — Melhor nunca! Conseguiu pegar o tigrão lá? Pensou em corrigir mas o som estava estridente daquele lugar e não os deixava conversar direito.

— Vamos dançar! – começou a mexer a cintura na melodia enquanto colocava ambas as mãos na cintura de Laurent para fazê-lo dançar junto. Funcionou, e logo eles estavam dançando quase que colados. Ancel tem uma mania de bêbado muito inconveniente, ele fica excessivamente carente e costuma beijar e abraçar alguém por perto. Berenger estava no banheiro no momento, então esse alguém virou Laurent. Ele percebeu quando Ancel parou de dançar espalhafatoso para segurar seu rosto com mãos trêmulas, seus lábios vinham direto para os seus, mas Laurent já estava acostumado com isso e apenas virou o rosto, deixando-o beijar seu queixo. Certeza que a bebida de Ancel estava batizada, e certeza que fora ele mesmo quem a batizou. Por isso apenas continuaram a curtir o momento e a música.

27.

26.

— Oi, Damen… lembra de mim? – ela estava meio tímida mas nem um pouco sóbria. Damianos a olhou confuso como se não conhecesse e isso a envergonhou – ah, não importa… quer dançar comigo? — Sinto muito, mas estou acompanhado agora. – respondeu educadamente. Mas ela não teria ido até lá para desistir tão rápido. — Seu amigo pode vir também, tenho várias amigas que acham ele lindo… alguns amigos também, se preferir. A antipatia no olhar que Laurent deu faria qualquer um se desculpar por sequer respirar perto dele. — Não se incomode comigo, eu… — Ele não vai. – sua voz firme denotava autoridade, como se dissesse que Laurent estava fora dos limites.

Laurent se pertubou com a resposta de Damen, não o entendia e isso o incomodava. — Certo… tudo bem, mas e você? A gente pode se divertir bastante lá. – sorriu mordendo a ponta dos lábios, sugerindo mais do que uma simples dança. — Como eu já disse eu estou… — Ele vai. Essa era a vez de Damen se incomodar. Olhou pra Laurent magoado mas sem querer transparecer e foi retribuído por uma neutralidade forçada – uma máscara que aprendeu a usar quando quer estar no controle da situação – Inabalável. — Ele vai. — falou com voz autoritária – Não se preocupem comigo, já estou de saída. Aproveitem. A garota então deu um sorriso largo e agarrou o braço de Damianos e eles foram para a pista.

25.

— Acha que me bajulando vai conseguir me pegar? — Bajulando eu não sei, mas com meu corpo com certeza – olhou em direção ao seu abdômen. – eu percebi que você gostou bastante desta parte. Laurent tentou não demonstrar reação à provocação. — Não gosto de convencidos. — Bom, eu seria um tolo se não soubesse que sou gostoso. Tão gostoso que consegui sua atenção. — Minha o que? — Pensei que era coisa da minha cabeça achar que o loirinho gatinho estava olhando demais pra mim. Até que eu fui e olhei demais pra ele. Acho que nunca vi alguém tão lindo. – deu um passo pra frente. – curioso, não é?

Essa fala deixou Laurent com um gosto amargo na boca, não sabia nomear seus sentimentos. — Quero o mesmo que você. – andou mais um passo para frente. – O que você quer, Laurent? — O que você quer, Damianos? Sua boca se abriu para responder, temerosa, como se quisesse dizer algo que não sabia se era seguro dizer, quase como uma confissão. — Eu… De repente, chega uma garota vestida de anjinho, no estilo mais básico possível. Tirando a roupa fora de moda, ela até que era muito linda, com olhos castanhos claros e cabelos tingidos de preto.

24.

Infelizmente, Damen não quis deixá-lo sozinho, então a contra-gosto de Laurent, agarrou em um dos braços para o acompanhar em segurança para onde quer que ele fosse. Sem forças e envergonhado, Laurent apenas deixou-se ser guiado. — Pretende me acompanhar até o banheiro também? — Se me permitir… – mordeu os lábios. — Tarado. — To brincando, está se sentindo mal? A Jo deve ter trago algum remédio pra ressaca. — Quem? – perguntou com rispidez. — Hã… Jokaste, ela é líder de torcida e minha… — Sei bem quem ela é, Damianos. – retirou a mão agarrada em seu braço, bruto – estou bem assim, obrigado.

Damen sem entender a mudança de humor, apenas acenou e o deixou ir. Laurent foi em direção ao banheiro, precisava retomar o controle de si. Retirou sua máscara que o incomodava e molhou o rosto sem danificar a maquiagem. — Você está um caco. – falou para o próprio reflexo no espelho. Induziu o vômito na tentativa de tirar o álcool do organismo. Ainda se sentia tonto e especialmente dramático. Quando saiu do banheiro deu de cara com Damianos o esperando. — Eu não falei pra me deixar em paz? — Uau. Você fica ainda mais gostoso sem a máscara e me xingando.

23.

Laurent negaria até a morte que aquele gesto e aquele olhar o fez ruborizar mais que o álcool em suas veias e fez seu coração pular mais que o energético em seu organismo. Como em um reflexo, retirou a mão atrevida de perto com um olhar mortal e andou pra sair – ou tentou, naquele estado – mas suas pernas falharam como num maldito clichê e ele foi agarrado na cintura para não cair. Laurent, não repare Não repare, Laurent Não repare, Laurent, por favor Tarde demais, ele já estava reparando nas mãos fortes que o rodeava, no seu corpo perto do seu, seu toque na cintura, do calor que sentia com a aproximação. Perigoso. Pensar em Damen era perigoso. Ficar perto dele era perigoso. Tudo a seu respeito era terrivelmente perigoso.

Tentou se levantar e sair do aperto mas isso só o fez se desequilibrar e ir de mão cheia direto no peitoral de Damen. O rubor que Laurent sentiu foi o suficiente pra ele cogitar nunca ter nascido. O pior de tudo era que tinha gostado, e se tivesse bebido apenas mais um pouco tinha certeza que a consciência iria embora de vez e ele daria voz aos seus instintos mais primitivos que diria pra apertá-los mais uma ou duas vezes. Mas Laurent não estava tão ruim assim. Ainda. Então apenas se levantou tonto e vermelho para sair o mais rápido possível daquele lugar. Ele precisava sair de perto de Damen.

22.

— Você vem de Vere não é mesmo? Eu reconheci seu amigo ruivo… o líder de torcida — Sim, e? – deu mais um gole de vodka. Laurent estava fazendo de tudo para que Damen se sentisse mal, mas indo contra tudo o que pensava, ele não ia embora. Damen simplesmente parou de falar e deitou no telhado se virando para olhar o rosto de Laurent. Com uma cara emburrada e rosada de álcool, era cômico olhá-lo, mas Damen o admirava com a mão apoiada no queixo. Lindo. Após alguns minutos em silêncio, Laurent se incomodou pra valer.

— Pretende passar a noite me olhando ou o quê? — Estou apenas admirando a paisagem, acontece que tem um garoto muito lindo na frente dela, mas até agora não sei seu nome. – sorriu malandro. Laurent bufou. — Laurent. – disse se levantando meio tonto. — Francês? – arqueou a sobrancelha. Levantando-se junto e parando frente a frente. — Algum problema? — De maneira nenhuma… – deu um passo para frente, colocando a ponta dos dedos em uma mecha de cabelo rebelde de Laurent, lentamente a tirando do rosto.

21.

Não via mais Ancel nem Vannes, provavelmente estavam se pegando com alguém nos quartos. Isso deixou Laurent com ainda mais raiva. Para que insistirem que ele vá a uma festa se nem iam se dar ao trabalho de o enturmar. Estava cansado. Sabia que tinha decidido ir lá para se vingar ou algo que chegasse perto disso – o que Auguste seria completamente contra – mas agora perdeu o ânimo. Chegaram dois homens tentando flertar mas isso só o irritou mais. Caras feios com cantadas piores ainda. Mas se ele ainda tinha uma festa inteira pra “aproveitar”, então que seja, iria aproveitar do seu jeito. E consistia em ir no bar, pegar uma garrafa inteira e procurar o lugar mais distante que tiver pra sumir.

Por incrível que pareça só achou o telhado. Era fácil de subir por que tinha escadas no segundo andar, então ficava acessível pra quem curtisse o ar livre. A música ainda agitava e gritava, mas ele não se importava mais. Encher a cara parecia mais interessante agora. De repente, uma voz familiar falou: — Estava procurando um gatinho perdido, mas é claro que ele estaria no ponto mais alto da casa. – disse Damen vindo até Laurent. Ele o encarou e deu uma risada anasalada. — Cuidado, bêbado desse jeito você pode cair daqui, e ainda corre o risco de eu gostar muito disso. – respondeu Laurent à aproximação repentina.

Damen hesitou. — Gatinho arisco… te fiz algo? — É sério isso? — Estou sempre sério. – sentou ao lado do outro. – A propósito, prazer, meu nome é… — Eu sei quem você é Damianos. — Damen. Pros íntimos. — Não somos íntimos. Damianos. — Mas podemos ser… – deu um sorriso de canto. – E você? Posso ter a honra de conhecer o homem mais lindo da festa? — Muito engraçado. Usa essa com todas? — Só com quem vale a pena. — Não perca seu tempo comigo, Damianos.

20.
POV LAURENT

— Bom, aí a culpa não é minha. Aproveita a festa, mas… – pegou o copo da mão de seu cunhado – para de beber tanto, não vou te carregar depois. Sabe que seu irmão ta nem ligando, né? — Sei, sei… eu vou ali conversar com o time. – se desvencilhou da conversa catando o copo da mão dela e indo em direção ao pessoal bêbado reunido gritando e rindo de alguma coisa. Auguste estava no meio deles, com a perna engessada. Um sentimento de culpa tomou conta, mas Damen não poderia continuar se culpando por um acidente. Decidiu puxar algum assunto. — E ae, cara. – cumprimentou com um aceno rápido levantando a bebida como um brinde. — Oi, Damen – Auguste sorri de volta – bom te ver aqui. Tá sozinho? — Nem, vim com meu irmão e a namorada dele. — Aquela líder de torcida né?

— É, sim – respondeu meio sem graça – e você? — Eu não tenho namorada – riu da cara de Damen sabendo que não era isso que ele tinha perguntado – to brincando, eu vim com meu irmão e os amigos dele. Todos espalhados por ai. Mas e ai como vai? — Assim… nada que muito alcool não resolva. E sua perna? — Nada que algumas semanas sem andar direito não resolva. – riu com menos graça que antes. — Me desculpa de novo. Queria muito jogar com você nessa temporada – disse sinceramente. — Não vou dizer que to feliz por não jogar, mas acidentes acontecem. Acredite, se tivesse feito por mal eu saberia. — Valeu. Vou sentir falta de você, cara. – sorriu apertando o ombro de Auguste, saindo da conversa.

Voltando para a sala, procurou aqueles mesmos olhos azuis esverdeados, mas não estavam em lugar nenhum. Resolveu esperar, até que viu um vulto preto indo para um canto afastado da multidão e decidiu seguir. Demorou, mas encontrou uma figura loira e brava bufando e bebendo segurando uma garrafa inteira em cima de um telhado. Vendo de longe a cena era cômica, mas assim que subiu para ver de perto… aquele rosto o encarando, a forma como parecia o desprezar com o olhar, seu cabelo dourado sob as luzes da festa, suas orelhas de gatinho tão adoráveis… nem a música alta o fez passar despercebido seu coração errando uma batida. Se sentiu bobo ao notar que estava desconcertado com a presença de alguém. Nunca fora de observar demais outras pessoas, não até hoje. Não até ele. Droga, que tipo de romeu e julieta eu me meti?

19.

Resolveram chegar mais cedo e não perder as coisas interessantes. Damen estava aproveitando uma boa dose de whisky enquanto conversava com um grupo de garotas que o rodeava. Tinha certeza de que elas queriam algo a mais com ele, mas não tinha certeza se queria algo a mais com elas. Meio copo de whisky e ele resolveu puxar uma delas para dançar. Era alta, magra e tinha cabelos negros. Linda, mas era só isso que conseguia lembrar. Se ele a beijou, esqueceu logo depois. Em algum momento no meio da sala cheio de gente dançando, Jokaste o puxou pra dançar ignorando as meninas ao seu lado. A casa tava lotada de pessoas bebadas se esfregando umas nas outras e ele não era diferente deles. Pegou na cintura de Jokaste e encaixou seu quadril no dele e dançaram agarrados. Ela rebolava e ele acompanhava a sua dança envolvente. Não demorou muito pra todo mundo começar a dançar envolta. Jokaste sempre

chamava bastante atenção, e com aqueles passos sensuais qualquer um ficaria louco. Ela gostava de provocar isso nas pessoas, mas amava mais ainda ver as expressões de Kastor. Entre todos os olhares, um lhe chamou a atenção. Achava que tava alucinando, mas desde que começou a dançar Damen sentia que alguém não parava de encará-lo. Ele já não sabia se era real ou só estava muito bêbado. — Acho que bebi demais — falou no ouvido de Jokaste. — Vamo sentar então — disse ela. Damen estava tão eufórico que mal notou os borburinhos ao redor, não estava muito interessado. Acontece que o assunto em questão tinha em torno de 1,70, cabelos loiros, um corpo esculpido por deuses e um olhar tão afiado que poderia matar qualquer um que o ousasse olhar demais.

Apesar da encarada nem um pouco discreta, nada de fato aconteceu. Mas uma vez visto, não conseguia se desprender da visão daquele gatinho preto. Buscava em cada canto seu olhar. Amava a forma que seus olhos davam um jeito de se encontrar, e amava a expressao constrangida quando isso acontecia. Ele estava fascinado por este olhar e não sabia explicar porquê. Devia ser a bebida. Sempre era a bebida. — Você notou que ele não para de olhar pra cá? – comentou Jokaste – é bizarro. — Quem? – perguntou Damen — O catzinho ali. Olha que gato preto dá azar sabia. – zombou. — Se o azar tiver esse rosto e esse corpo eu me arricaria sem nem pensar duas vezes. – falou bebendo mais um gole, dessa vez de vodka pura.

— Ah é? Então eu te desafio a ir lá falar com ele, tava te secando até agorinha. – falou chegando mais perto, sedutoramente puxando o pescoço de Damen para encaixar no seu queixo, como quem vai dar um chupão, falando direto no ouvido – Agora olha pra ele. Eu não te falei? Imediatamente Damen olhou para a figura do outro lado da casa, desviando os olhos com os braços cruzados e era real. Seus olhos se encontraram novamente, mas não sabia se era um bom sinal dada expressão que o outro fez. A sensação que tinha era que o conhecia de algum lugar, mas não se lembrava. Jokaste largou o rosto de Damen devagar, afinal, deixar alguém com ciúmes era seu hobbie preferido. E ela não perderia a chance de deixar aquele cara irritado. — Acredito que você saiba quem ele é, né? Sempre tão dedicado… aposto que já teve uma quedinha por você. – falou, mas Damen negou com a cabeça, não lembrava de terem se conhecido.

18.
POV Damen

17.

Laurent não era muito tolerante a álcool, mas nesse ponto só isso o ajudaria. Assim, Ancel estava tentando reconquistá-lo e fazer com que dançasse também na sala lotada. — Vem comigo, a gente dança bem agarradinho e você melhora num instante! – sugeriu Ancel, o que fez Laurent rir. – sério, se você preferir a gente vai até de três! Sempre cabe mais um… — Ah sim… muito gentil o convite, mas vou recusar, obrigado. — Claro, é porque você prefere ficar secando o lobão ali – Ancel falou em tom sugestivo o que deixou Laurent sem reação.

— Com licença? Quem tá secando quem? — Você com o capitão músculos ali. Melhor limpar a boca, acho que vi você babando naqueles peitões – riu alto — Sinceramente vai se fuder! – disse muito ofendido. — Calma, lindo. Já estou procurando meu boy pra fazer isso. – deu uma piscada e um beijinho no ar, enquanto saia atrás de Berenger. — Eu não to secando ninguém… – murmurou para si mesmo, olhando novamente para Damen, como se fosse automático.

E Damen estava lá, com todo seu charme, dançando com as garotas em sua volta, beijando algumas e se divertindo de tão bêbado. Dava pra ver que ele não dava tanta importância assim para qualquer uma delas. Exceto Jokaste, a líder de torcida de Akielos. Laurent já teve certos… desentendimentos com ela quando Auguste se machucou. E de novo ela estava o atrapalhando. Com aqueles olhos melosos e vestido curto, queria muito negar, mas não dava pra dizer que ela não estava perfeita. E essa perfeição chegava cada vez mais perto de Damen. Jokaste agarrava seu queixo e o puxava na cintura para falar em seu ouvido e ele estava confortável com isso. Laurent assistia a cena pertubado, desviar o olhar não estava mais funcionando.

16.

Nem fudendo Laurent estava tão puto que foi enganado tão facilmente que só queria ir embora dali e acabar com toda essa palhaçada de vez. — Ancel. – chamou a atenção, olhando para ele devagar como uma mãe olha quando um filho desobedece e faz merda. – Explique-se. Agora. Ancel o olhou como um filho olha para a mãe depois de saber que fez merda. — Desculpa… eu errei em mentir, eu sei. Mas se eu dissesse que seria uma festa aqui você ainda viria? — NÃO! — POR ISSO MESMO! – exasperou. – você não viria! Foi mal, mas agora você já está aqui, então é aproveitar ou… ir andando a pé até em casa. E acredite: é longe. Laurent olhou para o rosto do restante do grupo. Todos sorrindo falso. — E todo mundo sabia disso. Ótimo.

Laurent olhou traído para seus amigos. Enquanto estava cogitando o que fazer, ouviu barulhos cada vez mais altos de gritos de comemoração. Se virou para ver e de repente um bando de caras altos e fortes chegaram como um caos e pararam na frente de Auguste. A expressão de seu irmão era de confusão, mas aparentemente conhecia eles. — Com licença capitão, mas agora vamos roubar você. – disse o cara da frente. – Peguem ele, pessoal! Todos gritaram com entusiasmo e três cataram Auguste e o levantaram, posicionando no centro e em cima da multidão enquanto berravam. A cara dele ao ser “raptado” era de vergonha e alegria de rever seu time, mesmo que do jeito mais bobo possível. Eles foram levando Auguste pra dentro da casa, deixando o grupo de amigos rindo sem saber o que dizer. — Bom, eu acho que é hora de entrar. – disse Vannes – chega de tanto drama, Lau. Um shot e tu ja esqueceu de tudo isso.

Laurent não teve muitas opções, então apenas aceitou e entrou pra cova dos leões. Um pouco entediado; um tanto irritado. Assim que a música estralou em seus ouvidos ele quis ir embora. Cogitou voltar a pé já que nem um táxi passaria por ali aquela hora. Independente de qualquer escolha, ele não aguentaria nem voltar nem ficar sem beber pelo menos 2 doses de cachaça. E foi isso que fez, diretamente no bar, diretamente na goela. Foi assim em seu estado deprimente que avistou ele. Damianos em pessoa na pista de dança. Vestindo uma fantasia de lobo que deixava seu abdômen definido completamente exposto. Era impossível não se atrair para ele, por causa disso tinham tantas garotas ao seu redor tentando tirar uma casquinha, tentando ser notadas. Nojento, foi o que pensou. Mas também não conseguia desgrudar o olhar de Damen. Será uma noite bastante agradável, não é mesmo?

15.

POV Laurent

14.

14.

Jokaste o maquiou de forma simples, enfatizando o que já era naturalmente belo. O detalhe foi o focinho de lobo que seguia para o lábio superior pintado de preto. Trajava uma manta de pele estilo medieval, uma calça preta rasgada aleatoriamente, botas largas, orelhas e um rabo volumoso cinza. O peitoral estava todo exposto. Jokaste não quis fazer nada extraordinário, apenas um vestido curto com um corset rosa detalhado e uma faixa holografica escrita “Miss Halloween” por cima e uma coroa prequena na cabeça. Estava adorável, até mesmo com o sangue no canto da testa.

Kastor chegou já arrumado, combinando com Jokaste vestindo smoking e uma coroa de rei. — Nossa vocês são muito bregas — riu Damen. — Tá com ciúmes? — Perguntou Kastor. — Claro que não, inclusive tava dizendo aqui pra ela que eu vou estar sempre à disposição caso vocês terminem. — quer parar de dar em cima da minha namorada? — Disse Kastor revirando os olhos e envolvendo Jokaste em seu corpo.— Eu vou casar com essa mulher. — Ai que fofo meninos, podem brigar mais por mim que eu amo — zombou Jokaste — Mas que pena Kas, diz que vai casar comigo mas até agora não vi nenhum pedido... — Terá. — disse Kastou beijando a boca dela — Não aguento vocês, sério. Vamo logo pra festa. — exclamou Damen pegando suas coisas pra ir embora.

13.

Damen não estava estusiasmado tanto quanto Jokaste para a festa. Ele não se importou em deixá-la escolher sua fantasia e ir maquiá-lo em casa, na verdade ficou feliz em poder deixar isso nas mãos de outra pessoa e descansar um pouco das preocupações com a universidade e a temporada de jogos começando. Pra ser franco, também não estava animado pros jogos, ele sabia que perderia toda graça depois de seu descuido no campo. Ele estava rápido demais, com foco de menos e quando notou já era tarde e havia detonado com a perna do único oponente à sua altura. Era sempre uma honra jogar com Auguste, Damen o admirava por ser honesto e muito bom no que faz. Saber que ele não estará nos próximos jogos e que era por sua causa o deixava mal. Também não teria diversão, já que o jogo acabaria logo no começo.

Jokaste estava empolgada pra usar sua fantasia de miss, mas mais do que isso, estava empenhanda em deixar Damianos o cara mais gostoso do mundo. Pra isso, ela escolheu fantasiá-lo de lobo. Apesar das muitas piadas, um furry bem feito nunca decepciona. — Você tá tão gostoso – Jokaste disse enquanto fazia a maquiagem no rosto de Damen, que riu em uma risada tímida e provocativa. — Já está cansada de ser comprometida? – falou com provocação, encaixando o corpo mais perto dela.

— Apesar de você ser gostoso e uma boa foda, não. Não estou cansada, obrigada – se desvencilhou do aperto com um sorriso de canto, bastante confortável com a situação. — Ótimo então, tenho princípios muito claros de não pegar namoradas do meu irmão. – riu encostando a cabeça na cadeira. — Há! Como se você nunca tivesse pegado uma mulher casada. – riu com escárnio. — Não sem o marido saber, geralmente ele também está na minha cama. – sorriu mordendo o lábio, lembrando de noites bastante agradáveis. — Safado. Jokaste pegou seu celular pra colocar música enquanto o maquiava. — Como que você quer que eu faça seu rosto? – perguntou Jokaste. — O básico do básico.

12.

POV Damen

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09.

Laurent pensou que: sim, ele não estava tão animado para sair de casa, mas já que iria também não sairia desarrumado e feio. Se era pra causar ele sabia muito bem como. Já que a roupa de Cat Noir vinha com uma máscara nos olhos, não quis elaborar demais em uma maquiagem, apenas um lápis preto na linha d’água e um delineado esfumado pequeno. Tudo para que quando precisasse tirar a máscara mantivesse o mesmo efeito felino. Observando bem o quão produzido Ancel estava, Laurent estranhou. — Mas vem cá, ta se arrumando tanto assim e usando um short beira-cu desses pra uma festa na facul? – o olhou desconfiado. Ancel travou por um momento mas depois sorriu. — Eu sou belíssimo sempre, não importa o lugar. – disfarçou jogando um beijinho de canto. De repente, a campainha tocou. Laurent não estava esperando ninguém, então foi atender.

— Quem é? – perguntou antes de abrir a porta, tentando ver algo pelo olho mágico, mas só via um peitoral gigante em uma farda de PM. — É a polícia. Abra a porta. – disse a voz, autoritária. Num segundo, Ancel sai apressado do quarto e abre a porta sorrindo. O que deixou o outro ainda mais confuso. — MEU BEM VOCÊ CHEGOU! – falou o abraçando de beijos. Berenger retribuia o gesto, ele se vestia de coelho policial. Tava na cara que estavam em uma versão safada de zootopia. — Eu vim te prender, menino mau – diz Berenger tirando uma algema do bolso e fechando em uma das mãos do namorado. O gesto foi apreciado por Ancel que o beijou um pouco mais demorado. Laurent ainda meio confuso apenas ignorou os dois pombinhos e foi avisar que a carona já tinha chegado. Às 22h todos estavam prontos e a festa só estava começando.

08.

Laurent decidiu experimentar a roupa que Ancel lhe dera. Era um macacão de tecido courino preto que cobria toda a pele. Ela o vestia moldurando o corpo e colando em partes específicas. Engana-se quem pensa que mesmo coberto ele estaria menos exposto. Com um rabo, coleira com guizo decorativo, orelhas e máscara preta, estava extremamente tentador. — Cat Noir? Sério? – disse saindo do banheiro até o quarto para mostrar a fantasia vestida. — Seríssimo, amor! – o olhou de cima a baixo com olhar aprovativo – você já é gostoso e agora vai se vestir de um personagem igualmente gostoso… isso vai ficar uma delicinha de presenciar que eu vou te falar viu… Vou merecer um prêmio pela genialidade.

— Vai se achando, vai. – Laurent disse e em seguida olhou para seu corpo no courino e puxou um pouco do tecido – como um personagem de desenho infantil tem uma roupa tão colada assim? Nem precisa de esforço pra tornar isso uma fantasia sexy de halloween. É bizarramente perfeita. — Não é? – entusiasmou Ancel, como um bom fã de desenhos animados – eu pediria muito pra ser akumatizado só pra poder levar um chutão dele na cara. — Não posso julgar. – concordou Laurent, rindo. As horas passaram num instante. Auguste e Vannes acabaram indo para o apartamento de Laurent se arrumar, o que era pra ser uma noite tranquila se transformou numa algazarra de circo.

Vannes estava se transformando em uma vampira igualmente sensual e intimidante, uma bela representação de Carmilla. Auguste não quis se produzir demais, apenas comprou uma roupa de Cowboy e virou um xerife, a graça dele com certeza era a barba por fazer e o corpo atlético que marcava as coxas na calça, mesmo com o gesso. Ancel estava indeciso sobre a maquiagem, mas sua fantasia era composta por um short jeans tão curto que deixaria qualquer um envergonhado ou excitado, com uma blusa social verde amarrada como cropped, uma gravata listrada dando um ar mais despojado em relação ao salto fino de 15 centímetros nos pés. O charme de sua roupa eram definitivamente as orelhas e o rabo volumoso de raposa. A maquiagem o deu um olhar predador e safado. Ele com certeza provocaria muitos olhares.

07.

06.
Laurent

05.
Pov Ancel

— Mas e ai, o que você trouxe pra mim? Eu tenho absolutamente nada de halloween no meu armário. — Ah, meu querido… – Ancel morde a boca em provocação, colocando uma mão no ombro de Laurent. – você vai amar o que eu trouxe. Conhecendo Ancel, Laurent já deveria saber que não seria uma fantasia qualquer, mas algo sexy e provocante, assim como Ancel era sexy e provocante. Ele mais do que qualquer um sabia o poder de ser desejado. Ele gostava de ver a ânsia nos olhos das pessoas, de ver o que sua presença causava nelas, ele tinha a beleza e sabia aproveitar isso muito bem. Era de longe uma qualidade que Laurent mais admirava, apesar de não ter o mesmo apelo por ser desejável. Ele olha para a roupa em sua cama sem saber exatamente o que falar.

— Eu espero que você esteja brincando. — Não estou. — Não vou usar algo tão vulgar numa festa de escola. — retrucou Laurent. — Vulgar? Essa é a roupa mais discreta que eu já usei num halloween. E é justamente por ser uma festa de escola que você tem que se vestir assim, vai passar vergonha com um monte de homem gostoso dando sopa? — Ancel dizia já imaginando o estrago que seria Laurent de Vere usando essa fantasia. — Você é impossível. — Sou irresistível, amor. – deu uma piscadinha – Agora se troca que eu quero ver adiantado a obra de arte que estou criando. – estendeu a mão com uma peça da roupa enquanto deitava na cama em expectativa pro show.

04.

Laurent disse não uma vez. Disse duas. Disse até três, mas nenhuma de suas negações e tentativas de desculpas surtiam efeito em Ancel. Ele não queria ir à festa, ele nem sequer gostava de festas e isso por si só deveria ser uma desculpa plausível aos seus olhos. Mas a cada hora se sentia cada vez mais rendido, fazia tempo que não via seu irmão tão feliz com alguma coisa. August era sem dúvida nenhuma o melhor jogador da universidade, ele vivia para jogar e dava a vida em cada jogo. Todos na arquibancada vibravam quando ele pegava a bola e pontuava e ninguém podia negar o talento do quarterback da USV. Mas como nem tudo são flores e troféus, August estava impossibilitado e fora da temporada devido a uma fratura severa na perna e perderia a chance de um olheiro lhe patrocinar logo em seu último ano.

Temporário, foi como o médico disse, uma lesão provocada pelo choque com um adversário durante uma partida. Acidental, foi o que disseram, mas Laurent só sabia pensar que se encontrasse Damianos de novo iria fazê-lo pagar por isso. Decidiu ir à festa por dois motivos: acompanhar seu irmão para se encontrar com os amigos e… achar Damianos. Divagando em seus pensamentos, Laurent mal percebeu a campainha tocando, foi atender já sabendo quem era: o seu único amigo desocupado. — Chora. – disse com postura despreocupada para Ancel em sua porta. — Me fala que você vai nessa festa – ameaçou Ancel. — Hm… não sei, ainda estou pensando se dou a vocês essa honra.

— Você é um canalha mesmo, viu – falou desacreditado, acenando com a cabeça como se nem valesse a pena discutir mais, enquanto o outro sorria cínico – Como eu sei que você só está me provocando, tomei certas… liberdades. Trouxe uma roupa e você vai experimentar ela agora pra eu ver. A festa começa às 21h. — Ai mas que pena… eu não curto festas, estava pensando mais em me trancar em casa, pedir delivery de comida cara e comer sozinho vendo filme ruim. Infelizmente estar em um lugar com roupa apertada, pessoas bêbadas e musica alta não estão nos meus planos. Volte outra hora. Laurent o olhou como se estivesse falando muito sério mas Ancel o olhou como se não conseguisse medir o quão cara de pau seu amigo era.

— Meu amorzinho… Você não está entendendo. Você VEM com a gente, estamos decidindo se você vai ir com a fantasia que eu trouxe ou arrastado pra fazer cosplay da loira do banheiro in real life. Laurent lança um olhar como quem diz que adoraria ver isso acontecer. Ele certamente pagaria por isso. — Vai, entra. Cansei de ficar plantado olhando pra você na minha porta. Eles entram no quarto e Ancel se sente em casa, espalhando todas as suas coisas pela cama e penteadeira. — Vai se arrumar aqui? – falou reparando na bagunça que aquele quarto ja estava ficando. — Vou sim – jogou um beijinho com uma piscadela. Laurent apenas suspirou vencido. Esse era seu melhor amigo, afinal.

03.

Vamo alimentar esse fandom amgg