Thiago Vidal

O governo lida timidamente com a questão. E, juntando-se as crises do INSS, PIX e IOF, além da ênfase em 'dinheiro fácil', me parece que a população continuará a entender que o governo não vê a segurança como prioridade.

era o menor dos problemas do presidente. Segurança pública, e não saúde, será o principal tema nacional de agora em diante. Algo que nós já temos visto em outros países latino-americanos há algum tempo.

Por fim, destaco o que ainda parece ser o grande gargalo do atual governo: o diagnóstico errático sobre o que mantém os brasileiros acordados à noite. Há um esforço para catapultar políticas de saúde. Mas arrisco que a perfomance de Nísia Trindade no Ministério da Saúde (...)

Entretanto, mantido o cenário atual, a tendência é que a eleição presidencial de '26 siga parâmetros semelhantes aos de '22. Nesse contexto, a soma de 54% de ‘ótimo’ e ‘regular’, além da melhora gradual — ainda que crescente — na percepção sobre a economia, são ativos de Lula.

O governo Lula 3 é caótico, desorganizado e opera com base em 'ação e reação'. Faltam-lhe conteúdo e visão de longo prazo. O Brasil de 2025 é muito diferente do de 20 anos atrás.

Por outro lado, não podemos desconsiderar os efeitos do 'helicopter money' atualmente em curso. Só a isenção de energia elétrica pode atingir 30% da população (ou 40% dos eleitores, supondo que todos os beneficiados tenham mais de 16 anos).

Não é por acaso que a percepção da população a respeito da sua qualidade de vida aos poucos também começa a dar sinais de melhora.

O desafio é melhorar tal percepção nas camadas mais baixas (até 2SM).

Água e energia elétrica.

Dos combustíveis.

A principal razão para o alívio em relação à economia parece ser a inflação, que, no mínimo, parou de subir, segundo os entrevistados.

Isso ocorreu no caso dos alimentos.

A expectativa de médio prazo também parou de piorar.

Aos poucos, a percepção sobre a economia começa a melhorar. A queda entre os que antes afirmavam que a economia nos últimos 12 meses estava ruim foi significativa. Também houve aumento marginal entre os que dizem que a economia melhorou.

Na pergunta 'aprova' ou 'desaprova', a rejeição é significativamente superior. Entretanto, na avaliação 'aberta', a soma de 'regular' e 'positivo' chega aos 54%. Num país polarizado nacionalmente, trata-se de copo meio cheio para Lula.

Meus dois centavos sobre por que a pesquisa Quaest divulgada nesta semana é ruim para Lula, mas não é o desastre que muitos estão anunciando. 👇🏻🧵