eri_carolin33

A ★★★★★ review of The Exorcist (1973) Anos 70, EUA, guerra do vietnã e direitos humanos, da descrença com a fé na sociedade americana até a farsa do sonho americano - um olhar que se herda desde o expressionismo alemão, de catástrofe, da ...

Muito mais do que cinema de horror, mas um cinema político - nascido no berço da Nova Hollywood. Uma captura da falência das políticas públicas e estatais dos EUA. Bom Halloween a todos!

A ★★★★ review of Ring (1998) Os presságios da morte do analógico. Construção atmosférica do terror através do mito, pela presença mística da lenda urbana que paira as pessoas, a cidade e trás consigo os presságios da morte do ana...

Construção atmosférica do terror através do mito, pela presença mística da lenda urbana que paira as pessoas, a cidade e trás consigo os presságios da morte do analógico em meio ao medo do avanço digital.

A ★★★★★ review of Monsters, Inc. (2001) Crianças com medo de monstros, e monstros que temem crianças. A única coisa que separa um do outro, é um grito de uma risada. Mais de duas décadas de 𝙈𝙤𝙣𝙨𝙩𝙧𝙤𝙨 𝙎.𝘼, uma das primeiras animações de suces...

Crianças com medo de monstros, e monstros que temem crianças. Um filme sobre sensibilidade, humanidade, sobre empatia num mundo de metas, rankings e avaliações. Medo do escuro, medo do amor.

Monstros S.A e a masculinidade, do paterno à humanidade.

A ★★★★½ review of My House Walk-Through (2016) O fantasma dos espaços, o medo irracional daquilo que não se vê, um presságio do maligno que se esconde, entretanto, nunca se revela. Existe um controle aqui do uso do silêncio melhor trabalhado que e...

O terror irracional, medo do nada, de sons e barulhos o caminhar por corredores cercados pelo fantasma que se esconde mas nunca aparece. Daqueles curtas de se gelar a espinha.

A ★★★★½ review of In Front of Your Face (2021) Todo o tempo que nos resta. Momento em que Hang Sang-soo transforma seu cinema em uma espécie de devaneio espiritual, algum espaço entre a contemplatividade e a reflexão - sem artifícios, sem a necess...

Todo o tempo que nos resta.

A ★★★★½ review of The Woman Who Ran (2020) Enquanto o cinema contemporâneo, sobretudo hollywoodiano, tem cada vez mais buscado uma totalidade racionalizante, uma auto-consciência plena ou a complexidade dos grandes temas - do outro lado, temos...

Um cinema sobre registros, sobre gestos, conversas e vivências. Sem o artifício do apelo, mas a simplicidade da intimidade, do mundano transformado em um convite. Hang Sang-Soo e seu cinema de delicadezas.

A ★★★★★ review of 2001: A Space Odyssey (1968) A imensidade do espaço e do tempo, a imensidão do cinema enquanto imagem, estética e linguagem - apenas um único cosmo celeste, expressividade e sentimento abstrato naquilo que se vê, naquilo que se e...

Em um piscar de olhos, o cinema deslumbra séculos, gerações, momentos e milhões de anos em uma única unidade filmica, que fragmenta o tempo à sua própria sintese. Imagem e movimento, estética e linguagem. Um dos maiores filmes de todos os tempos.

A ★★★½ review of Lolita (1962) É um filme que parte muito da falência dos personagens enquanto indivíduos, tanto de um ponto de vista anacrônico quanto ciclico - Kublick atenta um olhar mais clínico sobre a obra de Vladimir Nabokov...

A falência do indivíduo, uma consequência anacrônica e ciclica da obsessão e o olhar clínico de Kubrick sobre a obra de Vladimir Nabokov - um filme menor em sua carreira, mas ainda assim um grande filme.

A ★★★★ review of Sinners (2025) Ryan Coogler enfim encontra uma conciliação entre temática e discurso, entre uma articulação mais dramática e o terror mais direto enquanto duas forças que precisam se alimentar uma da outra. Muito di...

Ryan Coogler enfim encontra uma conciliação entre temática e discurso, entre uma articulação mais dramática e o terror mais direto enquanto duas forças que precisam se alimentar uma da outra.

A ★★★ review of Apocalypse in the Tropics (2024) Petra Costa fica entre a investigação e o cinismo em novo documentário que pincela a história da política recente no Brasil - muito mais interessada em um fechamento da questão do que numa abertura de...

Petra Costa fica entre a investigação e o cinismo em novo documentário que pincela a história da política recente, novo filme consegue se levar entre o didatismo e a contradição.

A ★★★★ review of Superman (2025) James Gunn devolve ao Superman o altruísmo que um dia lhe definiu como um símbolo de esperança e fantasia na cultura pop. A primeira sensação que se tem ao assistir 𝙎𝙪𝙥𝙚𝙧𝙢𝙖𝙣, é de se ter novamente 10 ...

James Gunn entende que o Superman não está à frente das contradições do mundo, mas faz parte de cada uma delas, que sua bondade não parte de uma predestinação, mas de uma escolha. Crítica completa:

A ★★★★½ review of No Other Land (2024) "𝘝𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢̃𝘰 𝘱𝘰𝘥𝘦 𝘯𝘶𝘯𝘤𝘢 𝘦𝘴𝘲𝘶𝘦𝘤𝘦𝘳 𝘥𝘦 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘯𝘢𝘴𝘤𝘦𝘶" "𝘌𝘯𝘵𝘢̃𝘰, 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘦𝘭𝘦𝘴 𝘦𝘴𝘱𝘦𝘳𝘢𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘯𝘰́𝘴 𝘦𝘴𝘲𝘶𝘦𝘤̧𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘯𝘰𝘴𝘴𝘢 𝘵𝘦𝘳𝘳𝘢?" Um povo que resiste ao imperialismo genocida de Israel por décadas e jamais se permi...

"Você não pode nunca esquecer de onde você nasceu"
"Então, como eles esperam que nós esqueçamos nossa terra?"

Palestina Livre, custe o que custar.

A ★★★ review of The Searchers (1956) Uma das coisas mais fascinantes do cinema de John Ford é em como o cineasta entendia e confiava no poder das imagens, principalmente sobre um rigor absoluto sobre a forma. 𝙍𝙖𝙨𝙩𝙧𝙤𝙨 𝙙𝙚 𝙊́𝙙𝙞𝙤 se inicia c...

O poder das imagens atropelado pela estética que sobrepõe a forma. Um dos filmes mais fracos da carreria de John Ford, imperfeito, belo e constantemente com pressa.
boxd.it/ai42Av

A ★★★★★ review of Stagecoach (1939) A pluralidade de classes em um único espaço encontra as múltiplas facetas da sociedade ocidental, da forma mais reducionista possível, John Ford os coloca perante ao mundo, os EUA perante ao desconhec...

A sociedade ocidental americana posta diante ao mundo e suas próprias contradições. Quase como um road-trip do western sobre distinção de classes. Toda a história do cinema em um único filme.

A ★★★★½ review of Dressed to Kill (1980) Thriller erótico sobre repressão do desejo e a ausência do mesmo, identidade de gênero e o imaginário social americano em torno das próprias perversões. Brian De Palma muito mais do que um cientista d...

Alguns filmes são abençoados por existirem.

A ★★★★ review of Lady Blue Shanghai (2010) Eu tava refletindo hoje mais cedo logo após assistir Lady Blue Shanghai o quanto além do cinema, a arte de David Lynch se expandiu pra fora da sétima arte para a mídia afora. Acho que um dos grandes "...

Aquilo que era de David Lynch, era dele e de mais ninguém, e isso é facilmente reconhecível.

A ★★★★★ review of Paths of Glory (1957) O individualismo do sujeito perante às dores do mundo e seus interesses, cinema político e Stanley Kubrick no auge de seu comentário sobre a natureza fria da guerra. Em 𝙂𝙡𝙤́𝙧𝙞𝙖 𝙁𝙚𝙞𝙩𝙖 𝙙𝙚 𝙎𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚, pouco ...

O individualismo do sujeito perante às dores do mundo e seus interesses, cinema político e Stanley Kubrick no auge de seu comentário sobre a natureza fria da guerra. Uma porrada nauseante, mais uma pedrada do meu mano Kubrick.

A ★★★★★ review of The Killing (1956) Interpolação entre personagens, entre concepção e execução, o que eu acho mais incrível aqui é em como o ato em sí não interessanta tanto pra narrativa, mas tudo que procede o ato, desde a construção ...

Assim como uma grande ideia não constrói bons filmes, a forma entretanto exerce o seu papel para dar vida para aquilo que só existe em palavras. Forma e conteúdo, um plano mirabolante e sua execução, entretanto, distintos entre sí. Cinema e realidade, fantástico do início ao fim, filmaço!

A ★★★★ review of Killer's Kiss (1955) Vidas opostas, realidades distintas que se encontram pelo acaso em frente à capitalização da felicidade. O amor que nasce do acaso e da disparidade, duas ovelhas negras que encontram um no outro uma r...

O amor que nasce do acaso e da disparidade, duas ovelhas negras que encontram um no outro uma razão pra ser feliz, separados apenas por uma janela. Belíssimo.

A ★★★ review of Fear and Desire (1952) Primeiro filme de Stanley Kubrick se posiciona de frente pra guerra retirando a ótica pomposa fascista e inserindo humanidade e frieza. Filmar a guerra com a mesma intransigência que ela mesma é conce...

Filmar a guerra com a mesma intransigência que ela mesma é concebida por natureza.

A ★★★★ review of A Solidão do Emo Preto (2025) Documentário que coloca em voga a cena hardcore, emo e seus derivados sobre a pespectiva periférica e suburbana evoca as experiências da estrada, da paixão ao grito. A realidade da paixão sendo levada...

Documentário que coloca em voga a cena hardcore, emo e seus derivados sobre a pespectiva periférica e suburbana evoca as experiências da estrada, da paixão ao grito.

David Lynch 𝘕𝘶𝘯𝘤𝘢 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘩𝘢𝘷𝘦𝘳𝘢́ 𝘢𝘭𝘨𝘶𝘦́𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘦𝘭𝘦, 𝘓𝘺𝘯𝘤𝘩 𝘦𝘳𝘢 𝘶́𝘯𝘪𝘤𝘰, 𝘦𝘹𝘤𝘦̂𝘯𝘵𝘳𝘪𝘤𝘰, 𝘶𝘮 𝘧𝘢𝘳𝘴𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘦 𝘶𝘮 𝘳𝘰𝘮𝘢̂𝘯𝘵𝘪𝘤𝘰 𝘢𝘰 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘰 𝘵𝘦𝘮𝘱𝘰, 𝘢 𝘦𝘴𝘵𝘳𝘢𝘯𝘩𝘦𝘻𝘢 𝘥𝘰 𝘴𝘦𝘶 𝘤𝘪𝘯𝘦𝘮𝘢 𝘯𝘢𝘥𝘢 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘦𝘳𝘢 𝘥𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘶𝘮𝘢 𝘱𝘰𝘳𝘵𝘢 𝘥𝘦 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘢𝘥𝘢 𝘱𝘳𝘢 𝘴𝘦 𝘢𝘱𝘢𝘪𝘹𝘰𝘯𝘢𝘳.

Minha lista com os meus filmes favoritos do David Lynch, agora que já reassisti todos e alguns que eu nunca tinha visto.

A ★★★★★ review of Inland Empire (2006) O cinema de abstrações de David Lynch pondo a forma e o conteúdo em crise, auge do comentário sobre indústria mais extremo do cineasta. Temas recorrentes na filmografia do diretor, mas que aqui se cer...

O filme mais nebuloso, sombrio e imageticamente nauseante da carreira do Lynch. Pondo a forma e o conteúdo em crise, o uso do dispositivo como uma construção de linguagem própria, imagem e som se distorcem em um filme de pulso imparável de 3 horas de projeção. Absurdo.

A ★★★★½ review of Creep 2 (2017) Patrick Brice encontra o prazer além da encenação e premissa em um filme muito mais aberto a possibilidades - onde o uso do dispositivo se renova nessa roupagem modernista como um grande comentário so...

Creep 2 amplia o fator excentricidade do seu primeiro filme, mas consegue ir além da premissa e do ensaio dela pra uma abertura de diálogo sobre a natureza farsesca do cinema muito mais ampla.

A ★★★½ review of Creep (2014) Patrick Brice brincando com a forma e a temática, o uso do dispositivo dentro de uma lógica mais modernizada da coisa. Gosto muito de como se articula essa mentira do que pode, ou não pode ser dentro ...

Se em outras obras, o uso do dispositivo no estilo é muito calcado nas origens naturais do cinema, farsa e mentira, atmosfera e ambientação, 𝑪𝒓𝒆𝒆𝒑 acerta na excentricidade.

A ★★★★½ review of A Clockwork Orange (1971) Ultraviolência enquanto uma válvula do discurso, seja na mídia, seja na juventude, Kubrick encapsula muito bem a descrença e o fascínio pela perversão dentro da sociedade num recorte sessentista, mas ...

Entender a natureza semântica da violência e ao invés de aplicar soluções, escolher o cinismo. Faz parte do problema, assume-se o sadismo, mas jamais perde o pulso no discurso ou no debate.

A ★★★★½ review of Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964) Sátira da guerra, transformando a virilidade do homem patriota americano numa piada, caricatura de sí próprio que sobre o olhar do alto poder é visto como virtude, enquanto pra Kubrick, algo completam...

Sátira da guerra, transformando a virilidade do homem patriota americano numa piada, caricatura de sí próprio que sobre o olhar do alto poder é visto como virtude, enquanto pra Kubrick, algo completamente estúpido.

A ★★★★ review of Death Note (2017) Adam Wingard entendeu muito bem o conceito da adaptação, não como um mero artifício de fidelidade, mas transposição de linguagem e ambientalização, além do contexto. A cultura americana sempre foi enr...

Adam Wingard entendeu muito bem o conceito da adaptação, não como um mero artifício de fidelidade, mas transposição de linguagem e ambientalização, além do contexto.

A ★★ review of Funny Games (1997) Michael Haneke nos coloca de frente para a alienação midiática sem entender que faz parte do problema. Fazer um filme de caráter disruptivo requer sensibilidade, existe uma grande linha tênue ao reali...

Discutir sem enxergar a semântica do problema ao ponto de se tornar parte dessa problemática é apenas ser pedante em um filme onde muito se caleja entre o debate e o prazer pelo sofrimento. Michael Haneke nos coloca de frente para a alienação midiática sem entender que faz parte do problema.