Gênero e Número

Mulheres negras na linha de frente da crise climática e ambiental

O sumário combina dados oficiais, análises e relatos de mulheres de diferentes territórios.
O recado é claro: justiça climática passa, necessariamente, por raça e gênero.

Acesse agora:

www.generonumero.media/artigos/suma...

Na preparação para o evento (e durante a COP30), lançamos o Sumário Executivo “Crise Ambiental e Climática: Mulheres Negras na Linha de Frente”. O documento mostra que mulheres negras ainda são as mais afetadas pelos riscos ambientais.

O país mudou, mas a estrutura que produz desigualdades continua presente. A crise climática, agora mais evidente, só aprofundou esses impactos. Por isso, daqui a exatamente uma semana, as brasileiras se unirão novamente, na 2ª Marcha das Mulheres Negras.

Hoje a Marcha das Mulheres Negras de 2015 completa dez anos.
Um marco que levou às ruas milhares de mulheres de todo o país para denunciar o racismo, a violência e as desigualdades que atravessam corpo, vida e território.

Justiça Climática

E essa é exatamente a exigência das mulheres indígenas que entrevistamos na série “Mulheres negras e indígenas pela Justiça Climática”: participação real, permanência, financiamento direto às suas organizações e reconhecimento de saberes que não cabem nos limites desse credenciamento.

A entrada principal da COP foi reforçada depois do tumulto, deixando o contraste evidente: quem sustenta a vida no território ainda precisa disputar o direito básico de ser ouvido.

Um dia antes da barqueata, lideranças indígenas e organizações da sociedade civil tentaram acessar a Zona Azul da COP, área restrita onde ocorrem as negociações oficiais. Acabaram contidas e expulsas pela Polícia da ONU.

O início da COP30 revelou duas Amazônias que caminham juntas: a que ocupa os rios em atos como a barqueata, e a que é barrada quando tenta ocupar os espaços onde as decisões realmente acontecem.

A barqueata que abriu a COP30

Mais de 200 embarcações. Povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, juventudes.

Um recado coletivo: justiça climática agora.

A combinação de vulnerabilidade social, má alimentação e negligência médica faz com que jovens privadas de liberdade tenham um aumento expressivo de hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer e AVC.

aproveitando, esses dias fiz essa reportagem pra @generonumero.bsky.social sobre as demandas de mulheres indígenad para a COP30: www.generonumero.media/mulheres-ind...

Nossa nova reportagem revela um cenário alarmante sobre a saúde das mulheres encarceradas no Brasil.

Mulheres presas, em sua grande maioria negras, têm até quatro vezes mais risco de adoecer.

Radar Antigênero Plataforma que utiliza inteligência artificial para classificar e analisar vídeos com discurso antigênero no YouTube.

Nosso radar monitora e analisa vídeos para que possamos entender quais os principais tópicos abordados, quais as estratégias recorrentes que empacotam essas mensagens para engajar e quem elas miram.

Explore você mesmo.

radar.org.br

Como, por exemplo, entre abril e junho de 2024, quando mais de 560 vídeos foram publicados, acompanhando os meses prévios às eleições municipais e os debates sobre regulação das plataformas digitais.

Qual a dimensão do discurso antigênero no Brasil hoje?

Nossos dados mostram que ele cresce em períodos pré-eleitorais, mas se mantém vivo o ano inteiro.

Mulheres negras na linha de frente da crise climática e ambiental

Acesse o sumário completo e entenda como, apesar das vulnerabilidades, mulheres negras estão na liderança das soluções do enfrentamento à crise. Esse trabalho foi realizado com o apoio da ActionAid.

www.generonumero.media/artigos/suma...

Por isso, a Gênero e Número, a Oxfam Brasil e o Observatório da Branquitude lançam, em parceria com a Marcha das Mulheres Negras, o sumário executivo Mulheres Negras na Linha de Frente.

É urgente que políticas públicas nacionais e locais incorporem o recorte de gênero e raça, reconhecendo as mulheres negras como sujeitas políticas centrais na agenda climática e ambiental.

A crise climática e ambiental no Brasil tem aprofundado desigualdades, atingindo de forma desproporcional mulheres negras, sobretudo no acesso à alimentação adequada e ao saneamento – que inclui o direito à água e à coleta de lixo.

Esses dois caminhos se cruzam na construção de uma sociedade mais justa, onde a memória se transforma em ação e o futuro é partilhado.

Vamos juntas nessa caminhada até Brasília!

O que é Bem viver?

É um projeto coletivo de existência: coloca o cuidado, a solidariedade e o equilíbrio acima da lógica de acumulação e exploração.
Para nós, mulheres negras, significa romper com o racismo, o patriarcado e o modelo econômico excludente, garantindo o direito de viver com dignidade.

Reparação de quê?

Exigimos a reparação de séculos de violência, exclusão e exploração que atingem as mulheres negras até hoje. Reparação do apagamento de suas histórias, do roubo de seus territórios, do trabalho não reconhecido e das desigualdades que o racismo estruturou.

Em 2025, Marchamos por Reparação e Bem Viver.

Falar em reparação é olhar para o passado com coragem e agir no presente com compromisso.
Falar em bem viver é afirmar o direito de existir com dignidade, liberdade e alegria — individual e coletivamente.

Radar Antigênero Plataforma que utiliza inteligência artificial para classificar e analisar vídeos com discurso antigênero no YouTube.

Quer saber mais sobre a ofensiva antigênero no Brasil? Acesse você mesmo o Radar Antigênero em radar.org.br

A nova atualização da plataforma já está disponível e nos mostra, por exemplo, que ataques pessoais são a principal estratégia de comunicação dos youtubers, que têm como principais alvos atores sociais e políticos, além de grupos minorizados. +

Nosso radar monitora e analisa vídeos para que possamos entender quais os principais tópicos abordados, quais estratégias recorrentes que empacotam essas mensagens para circular e engajar e quem elas miram. +

Em setembro, a Gênero e Número lançou, com a Novelo Data, uma nova plataforma para acompanhar e classificar o discurso antigênero no YouTube. +

📍 O Radar Antigênero foi atualizado! +

Acompanhe os veículos da coalizão e fique por dentro de todos os detalhes da marcha e de nossos conteúdos especiais.

📲 Leia o editorial em nosso site.

Na série Juntas pelo Bem Viver, focaremos especialmente saúde dessas mulheres. A cada atendimento negligente, a cada dor não ouvida, o Estado brasileiro reafirma o que já sabemos: que o corpo negro segue como campo de disputa e resistência. +