@thainacseriz.bsky.social
Historiadora (UFF). Pesquisa e revisão de conteúdo no Canal Preto. Escrevo sobre cinema.
Abaixo, falo de DREAMS (SEX LOVE) (2024) (Imovision, 2025), filme de encerramento da última trilogia de Dag Johan Haugerud que traz a experiência sáfica de Johanne (Øverbye) como central à reflexão sobre o acúmulo emancipatório de mulheres entre gerações.
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Algumas palavras sobre TUDO SOBRE MINHA MÃE (1999), filme que empreende parte de minhas maiores realizações cinematográficas: o debate das mulheridades e o registro dos olhares de Marisa Paredes (1946-2024).
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Naquele Brasil, tudo parecia possível e, ante sequenciais ameaças ao projeto de país vislumbrado por Jorge Furtado, melhor é ainda fazer do cinema brasileiro acúmulo histórico e refúgio da boa luta. 2/2
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Em comentário ácido, SANEAMENTO BÁSICO, O FILME (2007) expunha já no agora distante ano de 2007 o triunfo da gestão tecnocrata da vida e a subvalorização do setor criativo da indústria cultural. 1/
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No fim, ambas, artista e mulher, amargariam solitárias a sequência de desilusões amorosas e de sofrimentos do próprio espírito. 3/3
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Cocriação de La Callas nos palcos do mundo, Maria teria preferido viver sob o destino que lhe acreditava imputado como mulher a ser a prima dona do século vinte europeu. 2/
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Antes mesmo do drama operístico de Pablo Larraín (2024), MARIA CALLAS - EM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS (2017) já tratara de recuperar em 1ª pessoa os principais aspectos das trajetórias artística e pessoal da soprano absoluto greco-estadunidense (1923-77). 1/
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Desvelado, o acúmulo emancipatório de Matogrosso reconstrói-se memória cuja ausência de tratamento historicizante pouco inflexiona as contribuições do multiartista à MPB e, com isso, esvazia balanço relevante ao legado das expressões LGBTQIAPN+ no campo. 3/3
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Se a relação com a natureza parecerá informadora do desejo à liberdade sem amarras, por outro lado, o confronto paterno elucidará a resistência antiopressão de quaisquer de suas faces cênicas. 2/
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HOMEM COM H (2025) preocupa-se em memorializar alguns dos principais marcos da vida de Ney Matogrosso (1941) e, para isso, apresenta-o sob as influências que, artísticas e bibliomusicais, decodificariam o próprio fazer nos palcos. 1/
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Se o romance com Guitar (Wagner) realizaria sua ascensão ao ímpeto libertário do novo par, (só) a possibilidade de amá-lo transformaria o passo de tipo flaneuriano em doce perspectiva de futuro. 3/3
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Retornada à capital pernambucana, a protagonista de Cartaxo faz da incursão ao universo literário de Clarice Lispector (1920-77) viagem onírica ao interior pouco desvelado de si e das próprias dores. 2/
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Em LISPECTORANTE (2024), a decadência do bairro da Boa Vista é reflexo material da descendente trajetória de Glória Hartman (Cartaxo), que, além do longo hiato criativo, acumula diversos fracassos recentes. 1/
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Em vez de afugentar-se à culpa, Gardner reafirma-se autora de sua história e, por conseguinte, permite a Anderson autodefinir-se sob os próprios termos. 3/3
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Em THE LAST SHOWGIRL (2024), a protagonista tenta debelar o ostracismo etarista entre as incertezas agora criadas sobre o futuro, recusando, contudo, qualquer de ordem de juízo misógino pelas escolhas feitas em uma vida. 2/
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Encerrado após três décadas em cartaz, o legendário show de Shelly Gardner (Anderson) no Le Razzle Dazzle leva a performer ao encontro com a finitude e com o passado de ausências junto à filha Hannah (Lourd). 1/
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Na trilogia Sex, Dreams, Love, Dag Johan Haugerud traça perspectivas a respeito do estado de coisas do debate que, nórdico, investiga o amor e os espectros da sexualidade em meio aos sonhos de bem-viver. Abaixo, os textos sobre SEX (2025) e LOVE (2024).
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Por caminhos inimagináveis, contudo, a experiência semelhante uniria as jovens no agora solitário retorno ao viver e, em meio à perda, a dupla parece encontrar outro caminho a trilhar sob um novo poente. 3/3
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Em QUANDO A LUZ ARREBENTA (2024), o direito de reconhecimento ao luto negado faz da presença de Klara (Njálsdóttir), parceira do então namorado, martírio por que a protagonista teria de silenciar a própria dor. 2/
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A expectativa da vida pública do romance com Diddi (Einarsson) torna o amanhecer de Una (Hall) mais luminoso e, por tanta luz, no entanto, os raios transformar-se-iam em labaredas fatais do sonho. 1/
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Se o blues lembra os perigos da falsa liberdade à integração branca, como o acúmulo emancipatório de lutas, o ritmo vai assentar na resistência e nos feitos do congraçamento interracial o imperativo ético das próprias vidas. 3/3
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Retornados ao Mississipi natal, os gêmeos Fumaça e Fuligem (Jordan) transformam em um clube de blues certo espaço onde o passado escravocrata ainda perpetuava o trauma da plantation e, por este motivo, atrairia para o lugar a habitual escória racista. 2/
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Em denúncia ao achaque das branquidades liberais, PECADORES (2025) faz do horror vampírico instrumento comunicador do sequestro que, às epistemes, às cosmologias e à história, coloniza saberes não brancos ao universalismo humanista euro-estadunidense. 1/
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A recusa à identificação com os dramas da sexagenária personagem interpretada nos palcos faz do assombro de Gordon à decadência motivo da paralisia ante o ofício e a vida, pois perecidos ambos ao vazio sem aplausos fora do proscênio. 2/2
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Em NOITE DE ESTREIA (1977), o ímpeto de uma jovem fã apaixonada recorda Myrtle Gordon (Gena Rowlands) das emoções que, decaídas ao viver, já não podem ser acessadas enquanto espaço de criação ora artístico, ora existencial. 1/
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Na imagem um, figura uma lista numerada (de um a dez) com os filmes que considero de referência na cinematografia brasileira realizada por mulheres.
Na imagem dois, figura a menção honrosa ao filme Incompatível com a Vida, de Eliza Capai.
Abaixo, seguem os meus votos e, no link, você encontra os indicados de todas as participantes.
coletivocritico.com/2025/04/21/m...
Contribuí com esta lista do @coletivocritico.bsky.social que elenca alguns dos principais filmes realizados por mulheres na história da cinematografia brasileira. Pela lembrança e pelo convite, só posso abraçar e agradecer a oportunidade de estar ao lado de grandes referências na área.
21.04.2025 22:03 — 👍 4 🔁 1 💬 1 📌 0
Solitária na busca à irmã desaparecida, Jay (Gladstone) assume a tarefa de guia da sobrinha Roki (Deroy-Olson) ao powwow anual e, à consolidação deste laço, torna possível a jornada de reencontro com a matriarcalidade originária perdida no luto materno. 2/2
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A abordagem de Erica Tremblay à epidemia nacional de desaparecimentos e de feminicídios de mulheres indígenas faz de O RITO DA DANÇA (2023) retrato denuncioso, porém afetivo do legado de luta antirracismo feminina em meio ao assédio assimilatório branco. 1/
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