Márcio Rodrigues

Trump’s use of the term “witch hunt” to describe the investigations against Bolsonaro once again reveals his remarkable ability to turn extremely serious accusations - such as a plot to assassinate heads of state and a Supreme Court justice - into a spectacle of victimization.

Trump has publicly continued to support Bolsonaro even after official allegations surfaced in Brazil accusing the former Brazilian president of agreeing to a plan to assassinate key political figures, including President Lula, Vice President Alckmin, and Supreme Court Justice Alexandre de Moraes.

Artigo meu, "Alphabet of Democracy: O Abecedário Provocativo de Anton Kannemeyer sobre a África do Sul Pós-Apartheid", publicado ontem no v. 7, n. 14, de 2024, da revista Cadernos de África Contemporânea: www.revistas.uneb.br/index.php/ca...

O mais engraçado é quando esse ufanismo besta vem de quem se apropria da estética de mangá e fica com raiva quando, dentro de processos de globalização, um japonês resolve falar do Brasil. Engraçado é brasileiro achar que o que faz é nacional.

É mais fácil direcionar a frustração para uma multinacional que age conforme a lógica do mercado do que questionar a estrutura interna da cena nacional.

Há um ufanismo besta em parte da gibisfera. A publicação de Mangaká da Favela pela Panini ñ representa afronta aos nacionais. Quando se trata de bater de frente contra figuras daqui q monopolizam espaços e criam barreiras reais para a ascensão de novos autores, o ímpeto crítico desaparece. +

Às vezes, meu caro, esse discurso de sensatez é tão-somente performático.

Cadê a galera emocionada que sugeriu boicote e até ir lá na UGRA bater (usaram até essas palavras) no @qnsarjeta.bsky.social ?

Cena BR é engraçada demais, né? Fica se gabando de ser antifascista/antibozo, de tocar o terror contra facho e cobrar retidão... Mas quando alguém "progressista" cola com reaça de carteirinha da extrema-direita ninguém fala nada. Aí o papo de coerência some.+

Se o saudoso Henfil estivesse vivo e participasse da cena de hoje, desenharia no cemitério dos mortos-vivos gente que se apresenta como progressista e defensora de minorias, mas não vê problema algum em colar com bolsonarista olavete anti-diversidade e antifeministas.

"Kami no Kabeira: o cinema policial brasileiro sob a perspectiva estética do mangá", na revista Nona Arte (USP): www.revistas.usp.br/nonaarte/art...

"Akissi: Representações da infância marfinense em quadrinhos", na revista Letrônica: revistaseletronicas.pucrs.br/letronica/ar...

"Memória e experiência colonial no trabalho de Anton Kannemeyer", na revista Temporalidades (UFMG): periodicos.ufmg.br/index.php/te...

Em 2024, publiquei três artigos em revistas que considero relevantes. Compartilho aqui aos eventuais interessados. O primeiro e o segundo abordam produções de ditos africanos sobre África, e o terceiro explora a adaptação do cinema policial brasileiro à estética do mangá.+

O livro da Amy K. Nyberg é este aqui. Fácil de ser encontrado digitalizado e rompe com toda essa visão maniqueísta.

Infelizmente, até mesmo a pesquisa sobre quadrinhos de acadêmicos é marcada por maniqueísmos, com mocinhos e vilões, santos e pecadores, além de estar permeada por concepções de história baseada em causa e efeito, amplamente criticadas desde o início do século XX.

Há tantos equívocos de natureza histórica e uma falta total de diálogo com pesquisas produzidas nos EUA nos textos dessa campanha. O livro da Nyberg, de 1998, tem quase 30 anos e é fácil de encontrar, assim como arquivos do próprio Wertham. Parece que nada disso foi consultado.+

Presentinho de natal da trupe do @marciostrodrigues.bsky.social 🥰

Opa! Espero que goste dos livros!

O sujeito que se apropria da estética dos mangás, até com viés orientalista, deve tá se rasgando todo agora por causa da publicação de mangá "verdadeiramente japonês" que se apropria de ideias brasileiras.

Quem diria que um tweet extremamente xenofóbico faria um autor praticamente desconhecido ser publicado pela Panini no Brasil.

Enfim, voltando à questão principal, torcendo para que não ocorra justamente o que se teme: que a separação dos volumes comprometa a recepção crítica da obra e a transforme em um objeto de leitura descontextualizado e potencialmente perigoso.

Acredito que um livro separados da notas atrapalha bem mais o fluxo do que a presença de notas integradas ao texto, que permitem ao leitor acessar imediatamente o contexto, as correções e as críticas necessárias sem a interrupção de ter que consultar outro volume.+

A ideia que veiculam é q atrapalham o fluxo de leitura, mas isso é de longe uma ideia sem menor fundamentação acadêmica, tendo em vista que numa HQ a própria decupagem já demanda uma leitura fragmentada, em que o leitor constantemente transita entre imagens, textos e subtextos.+

Soma-se a isto também a aversão que no meio dos quadrinhos se criou em torno de notas de rodapé, como uma ferramenta de contextualização, muitas vezes vistas como "pedantes" por parte do público geral e, paradoxalmente, ignoradas por aqueles que mais necessitariam delas.+

Basta lembrar o que aconteceu este ano no FIQ de BH, quando políticos conservadores propagaram de forma leviana a presença irrestrita de conteúdos considerados inadequados para o público infantojuvenil no evento.+

Suponham que um desses neofascistas aqui do Brasil. Há o perigo de que a obra seja utilizada como uma ferramenta para legitimar discursos moralistas contra os quadrinhos.+

O texto isolado de notas, perde em correção histórica, tornando-se um objeto passível de interpretações distorcidas.
Imaginem um livro desses, sem o de notas, cair nas mãos de um leitor que desconheça o contexto e as críticas acadêmicas subsequentes à obra de Wertham. +

Isso já está sendo refutado há um bom tempo na pesquisa de quadrinhos, ainda mais tocada por historiadores. Antes mesmo de um Wertham já havia toda uma movimentação e ele até foi contra a censura. Recomendo ler o artigo do colega Rodrigo Polatto: seer.ufu.br/index.php/cd...