Cientista: "minhas descobertas são inúteis quando tiradas de contexto"
Imprensa brasileira, imediatamente:
@igoreckert.com.br
Ensino o que sei aqui: https://bit.ly/Interpretando-Evidencia
Cientista: "minhas descobertas são inúteis quando tiradas de contexto"
Imprensa brasileira, imediatamente:
Nada disso significa que ninguém deva suplementar magnésio, ou que a preocupação com esse nutriente seja totalmente descabida.
Você só precisa ter cuidado com narrativas exageradas que incitam medo desproporcional, incompatíveis com a realidade.
Espero que essa postagem tenha te ajudado nisso.
Com apenas alimentos comuns chegamos em 272 mg, o que já atende as necessidades de uma parcela considerável da população.
E isso nem é uma "alimentação completa".
Há espaço para dobrar a quantidade de magnésio, ainda que não seja necessário para a maioria...
50g de pão integral: 30 mg
15g fatia de queijo: 2,25 mg
2 ovos: 12 mg
1 copo de leite: 24 mg
1 pote de iogurte natural: 20,4mg
1 banana: 27 mg
25g de amendoim: 42 mg
150g de arroz: 18 mg
150g de feijão cozido: 60 mg
100g de carne bovina: 26 mg
50g de couve refogada: 11 mg
Dieta irrealista? 🤔
Esses alimentos estão na dieta do brasileiro:
Feijão, aveia, arroz, banana, pão integral, leite, peixes e carnes. Grãos integrais, sementes, nozes, iogurte, amendoim e vegetais folhosos verde-escuro são outras opções.
Na prática, a matemática é simples 👉
A deficiência costuma afetar quem:
1. Tem muito baixo consumo
2. Tem prejuízo na absorção
3. Tem muita excreção
Nessa lista entram idosos, etilistas, diabéticos, pacientes hospitalizados, com doenças intestinais, com risco de desnutrição, e pessoas que não consomem alimentos ricos em magnésio.
Em pessoas saudáveis, é extremamente raro.
Isso porque nosso corpo é inteligente:
Quando o consumo de magnésio é baixo, nossos rins entendem que é importante preservar o nutriente.
A excreção urinária de magnésio então reduz, se ajustando e atingindo um novo equilíbrio estável.
Uma depleção franca causa anormalidades clínicas e bioquímicas facilmente identificáveis, como redução significativa de cálcio sérico e hiperexcitabilidade neuromuscular.
Agora, te pergunto:
O quão frequente você acha que isso é? 🤔
Há quem consuma pouco — e essas pessoas não costumam ficar bem: os primeiros sinais de deficiência são perda de apetite, náusea, vômito e letargia.
03.10.2024 14:46 — 👍 0 🔁 0 💬 1 📌 0Alguns estudos indicam que algo tão baixo quanto 165 mg/dia já seja suficiente para garantir um balanço zero (ou seja, seu corpo não ganha nem perde magnésio).
"Então ninguém consome menos do que precisa?"
Não é bem assim...
A recomendação é 365 mg porque essa é a quantidade média que garantirá que praticamente toda a população (98%, especificamente) terá sua necessidade atendida.
No entanto, seres humanos não são todos iguais.
Há quem precise de muito menos do que isso.
Antes de tudo, é preciso entender a quantidade de magnésio que o corpo humano realmente precisa.
Normalmente, recomendamos que adultos consumam em média 365 mg de magnésio por dia.
Mas isso não significa que adultos precisem disso tudo:
"Todo mundo deveria suplementar magnésio."
Se a população estivesse deficiente de magnésio em larga escala, sim. Mas não é verdade. Isso porque é fácil atingir os requerimentos nutricionais.
Foi o que eu disse antes de receber essa pergunta:
A mente humana nunca deixará de acreditar em teorias da conspiração.
Pelo menos não enquanto for seduzida pela necessidade de conhecer as "verdades secretas"
que ninguém mais sabe.
Mesmo assim, até hoje existem hospitais em que esse "protocolo" é usado rotineiramente 🤷♂️
Confira essa história no vídeo abaixo:
youtu.be/oiP-x0HEGJA
Em 2017, o médico Paul Marik descobriu um suposto efeito milagroso da vitamina C para prevenção de óbito em pacientes com sepse, na UTI.
Seu estudo motivou investimentos bilionários em dezenas de outras pesquisas maiores – que jamais replicaram esse benefício.
Isso tudo te ajuda a entender:
1) O que as evidências dizem
2) O quanto confiar nas evidências
3) Os motivos e raciocínios pelos quais os cientistas chegaram em seus consensos
E é isso que vai te permitir concordar ou discordar (com inteligência) de diferentes opiniões.
Por essa razão, é indispensável:
1) Um letramento científico básico
2) Uma dose saudável de ceticismo
Consenso não é evidência.
Por definição, nunca foi.
Um consenso é a mera
consequência do que
diz a evidência.
“Ah, mas cientistas podem
deturpar as evidências!"
Com certeza.
Ainda bem que você sabe.
Consensos existem quando a ciência produz resultados confiáveis que consistentemente apontam para uma mesma direção.
Essa evidência científica, por sua vez, é o que norteia o que fazemos e dizemos.
E isso também faz com que cientistas concordem entre si.
Não é por questão de
“consenso científico”
que dizemos que LDL-
colesterol faz mal, ou
que vacinas salvam vidas.
O motivo é outro:
Não confunda currículo
com inteligência.
Você pode ter
um PhD e ainda assim
ser um completo idiota.
“Sure, the paper on the benefits of preregistration wasn’t preregistered and sure it was outcome-switched and sure it took an ECR a year to sort it out and sure he got doxxed for his troubles, but this just proves its point bc w/o preregistration we wouldn’t know it was flawed” is a hell of a take.
27.09.2024 19:46 — 👍 141 🔁 16 💬 5 📌 5Aula liberada, faça bom proveito:
Como se manter atualizado frente às novas evidências científicas (Tutorial completo)
youtu.be/40MOxQ74fr4
Ou você escolhe seguir
as leis da Física, ou você
escolhe a Homeopatia.
Os dois, ao mesmo tempo,
é simplesmente impossível.
Fazer ciência é, sobretudo,
aprender a lidar com a dúvida.
Ciência é sobre errar.
Pensamos em hipóteses,
testamos, descobrimos
que não funcionam e
seguimos adiante.
Na prática, esses são
os melhores cientistas:
Os primeiros a admitir
que estavam errados.
Meu trabalho é compartilhar ideias – e cabe a cada um entender, refletir e decidir concordar ou discordar.
Isso tem ajudado muita gente a pensar melhor e chegar nas próprias conclusões.
Mas pelo jeito também causa incômodo em pessoas que não parecem tolerar divergência de opiniões 🤷♂️
A responsabilidade pelas suas ações e decisões são suas.
Meu trabalho não é dizer o que cada pessoa deve fazer.
Meu trabalho é apresentar o que a ciência diz, e compartilhar o que penso baseado na minha interpretação das informações.
É inteligente que você entenda o que está fazendo com sua própria saúde (e sobretudo com a saúde dos outros).
Por consequência, é inteligente também compreender e considerar o que a ciência tem a dizer.
Mas se você não quiser, tudo bem.